Eu, Rê: Músicas de que não tenho vergonha.

Quando criança, eu aprendi a apreciar MPB com meu pai através de CDs e LPs ouvidos na sala de casa ou no carro. Eu nem imaginava que seria tão sortuda em conhecer tal gênero. Portanto, nem sabia que qualquer um lutando em favor da preservação deste gênero musical fosse me causar tanta "fascinação".
Ao sentir tal ''fascinação", reforçou-se em mim a ideia de que música é feita principalmente de "silêncio e som". Eu me lembro de ter aprendido isto numa aula de artes da 7ª série/8º ano.
Eu devo também à essa e outras aulas de arte e de música meu fascínio por tipos de música mais sofisticados. Só um parênteses mesmo que não é tão importante: Esse ano eu desisti das aulas de música pois meu tempo de estudo escolar teria que ser maior ou então igual ao tempo de estudo no teclado/piano, último instrumento que aprendi. Colegial em colégio particular, devem saber como é... Eu gosto também de pop, eletrônica, rock... Ser eclético é essencial na minha opinião, assim o indivíduo se sente uma parte da sociedade em massa gostando de algo mais comum e ao mesmo tempo se sente especial por fazer parte de um pequeno grupo de pessoas que apreciam o que ainda temos de melhor musicalmente falando.
Devido ao meu gosto por gêneros mais refinados, eu senti o que é pra muitos uma "força estranha" aos ouvidos, ao coração, e à mente. Não há tanta necessidade em ter uma voz tão potente quanto à do Freddie Mercury. Adoro rock, adoro Mercury, adoro Queen, adoro vozes poderosas...

...no entanto, vozes suaves também têm seu poder de emocionar aqueles que querem se deixar envolver com um tipo musical bem nacional, e que possui belas histórias a serem contadas.

Sandra de Sá, Djavan, Secos e Molhados, etc. Foi por meio disto que comecei a gostar de MPB, e até hoje aprecio! :-)

E falando em MPB...

Ladies and gentlemen,
apresento a vocês leitores...

Continue lendo rolando para baixo.

Calma já está quase lá!

Ayrton Montarroyos!!

Bom, eu nem acompanhei todo o programa de calouros em que ele participou, apenas o episódio final, mas a internet foi suficiente pra me fascinar com sua coragem para cantar apenas músicas brasileiras clássicas mesmo sabendo que não seria o mais popular de todos, garantindo assim sua vitória no programa. Havia um outro concorrente de quem eu também gostei muito, já o vi em outro programa e que mereceu ganhar a competição (Renato Vianna), mas o Ayrton é uma joia rara no meio musical.

Renato Vianna na primeira vez que o ouvi na vida.

Curti!!

Já ouvi repetidas vezes.

Renato está para o rock, o pop e o gospel, assim como o Ayrton está para a MPB. Mas como muitos jovens não tem o costume de se informar um pouco mais sobre o que temos de melhor culturalmente falando, e ainda podem ter vergonha da opinião da maioria por admirarem cultura, eu passei a tirar o chapéu ao Ayrton por ser um representante especial do melhor de nossa originalidade. Apesar dos escândalos envolvendo nossos governantes, o descaso destes para com a população, a criminalidade, o racismo, o machismo, a homofobia, a intolerância religiosa e outros problemas existentes no Brasil, há também aspectos bons: a diversidade étnica, a biodiversidade, mesmo com áreas naturais e espécies em extinção, a culinária, as artes plásticas, a literatura e não podemos esquecer o tipo de música exclusivo daqui e sem o merecido reconhecimento: a MPB. Portanto, acho admirável alguém sem tanta experiência de vida como eu apreciar e ainda ter a coragem de representar um pedacinho de nosso grande acervo cultural.